Especialistas sugerem mudanças nas regras da educação técnica e do Enem — Rádio Senado

Especialistas sugerem mudanças nas regras da educação técnica e do Enem

A segunda audiência sobre o projeto (PL 5.230/2023) da nova Política Nacional do Ensino Médio reuniu representantes de entidades ligadas à educação, escolas particulares e do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Relatada pela senadora Professora Dorinha Seabra (União-TO) na Comissão de Educação (CE), a proposta, que deve voltar à análise na Câmara dos Deputados, recebeu contribuições de especialistas e mais de dez sugestões de modificações de senadores.

19/04/2024, 10h07 - ATUALIZADO EM 19/04/2024, 14h29
Duração de áudio: 02:49
Waldemir Barreto/Agência Senado

Transcrição
MUDANÇAS NAS REGRAS DA EDUCAÇÃO TÉCNICA E DO ENEM NO PL DA NOVA POLÍTICA DO ENSINO MÉDIO SÃO DESTAQUE NA SEGUNDA AUDIÊNCIA SOBRE A PROPOSTA. A RELATORA, SENADORA PROFESSORA DORINHA SEABRA, RECEBEU CONTRIBUIÇÕES DE ESPECIALISTAS E MAIS DE DEZ EMENDAS DE SENADORES AO TEXTO. REPÓRTER JANAÍNA ARAÚJO: A Comissão de Educação e Cultura do Senado realizou a segunda audiência pública sobre o projeto de lei do governo para uma nova Política Nacional do Ensino Médio a pedido da relatora, senadora Professora Dorinha Seabra, do União do Tocantins. Os convidados avaliaram os pontos positivos da proposta modificada na Câmara dos Deputados, mas também sugeriram mudanças no texto. Foi o caso do diretor-superintendente do Serviço Social da Indústria, Rafael Lucchesi, sobre a carga horária prevista para o ensino técnico: Lucchesi - "A parte do itinerário de formação técnica profissional talvez seja a grande conquista dessa reforma. Agora, é possível fazer uma educação técnica profissional com 600 horas? Categoricamente não! Então a discussão de você fixar 2.400 horas para formação geral é muito ruim. Mais de 70% dos cursos vão precisar de mais de 900 horas. Mas é claro que nós temos aqui uma oportunidade de aperfeiçoamento." O diretor de Políticas Públicas do Todos pela Educação, Gabriel Corrêa, enumerou a necessidade de garantir na proposta metas de expansão de matrículas em tempo integral por lei pelos sistemas públicos de ensino e aperfeiçoar pontos sobre o Exame Nacional do Ensino Médio, o Enem: Gabriel - "Como a gente induz mais os estados a avançarem no que a própria lei diz da carga horária indo pra 4.200 horas no ensino médio. É uma discussão a ser feita no Senado Federal. E aprimorar a redação sobre o Enem. O parágrafo que fala sobre isso engessa muito pro Inep pensar o melhor formato de Enem frente ao que ainda vai ser aprovado na lei, mas depois o que vai ser construído pelas diretrizes curriculares nacionais do ensino médio." A presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), Jade Beatriz, criticou a flexibilização do currículo por não levar em conta a realidade das escolas públicas do país e ressaltou a atuação da entidade na construção do projeto de lei enviado ao Congresso pelo governo federal: Jade - "Falar sobre a flexibilização do currículo é uma frase bonita pra falar sobre a elitização do ensino superior, sobre o que é a juventude brasileira sendo jogada no subemprego com a implementação do novo ensino médio. Eu queria valorizar o processo de formulação desse projeto em que nós não nos furtamos. Nós da UBES construímos uma nota técnica, que é o diagnóstico do que o novo ensino médio fez com a juventude pobre e a juventude preta, que tá dentro das escolas públicas." Também estiveram na audiência pública representantes de outras entidades de defesa da educação, de escolas particulares e do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, o Inep. Da Rádio Senado, Janaína Araújo.

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